segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

riscoscontínuos-bdmgcultural-2007

































A série de desenhos Riscos contínuos inquere a linha, suas possibilidades e suas porosidades.
A linha, traço indicial ou imaginário, rasga espaços marcando a separação entre zonas distintas. No adensamento das linhas, no seu transbordamento a imagem se funde, se espessa, o espaço se integra.
No ato da execução a linha é um risco vivido, perseguido pela mão, ou melhor, pelo corpo e pelo pensamento. A escolha do nanquim implica na decisão de riscos que não se podem apagar, erros e acertos necessários. A essa linha errante chamo risco, o gesto inaugural que supõe sempre a possibilidade do erro e portanto, um resultado imprevisível e a constante necessidade de sua superação.
Riscos contínuos tem como foco os adensamentos e acumulações. À medida que o papel é riscado, espacialidades em repouso são postas em movimento. A linha, no seu acúmulo sucessivo faz emergir, desde um projeto que se transforma ao longo da execução, uma cidade igualmente espessa, densa e povoada, agora fixada em um espaço ex-branco.

Um comentário:

  1. Tinha esquecido da força das linhas do nanquim, da força do figurar..
    Bom poder ver essas imágens novamente e constatar, kilómetros de linhas após, o que sempre soube.
    Da potência e intensidade das linhas do seu ser.

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